A criação de vagas no Nordeste foi
puxada pelo aumento de 10,4% das vagas formais. Na média do país, o crescimento
das vagas com carteira foi de 5,1%. No Sudeste, ficou em 4,3% e no Sul, em
4,2%. Apesar disso, o Nordeste se mantém como a região com menor nível de
formalização do país: lá, apenas 63,7% dos trabalhadores do setor privado têm
carteira assinada, contra média nacional de 78,1%. E o desemprego na região,
apesar de ter recuado de 10% para 8,8%, é o maior do país.
Nessa região, foi observado um aumento
expressivo de trabalhadores com carteira assinada. Foi um movimento no cenário
econômico que favoreceu essa criação de postos do trabalho. Consequentemente,
as duas taxas que mais apresentaram redução foram no Norte e no Nordeste -
destacou Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.
RESULTADO REFLETE INVESTIMENTOS NA
REGIÃO
Para Tatiane Menezes, professora da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o bom resultado do emprego
nordestino não é pontual e está relacionado ao amadurecimento de investimentos
que foram levados para a região, como o Porto de Suape e a refinaria Abreu e
Lima, ambos em Pernambuco. Segundo Tatiane, os mercados do Ceará e do Rio
Grande do Norte também podem ter contribuído positivamente para o emprego na região.
A economista considera, no entanto, que a desaceleração econômica pode frear
esse movimento.
Existe um trem, onde a locomotiva,
que é o Sul, parou de crescer. O setor dinâmico está no Sul e no Sudeste, mas
quando a economia vai mal, param primeiro o Sul e o Sudeste e depois o Nordeste - avalia Tatiane.
O economista e especialista em mercado
de trabalho da UFRJ João Saboia considerou os dados do mercado de trabalho
nordestino “extraordinários”.
A geração de emprego aumenta a
sensação de bem-estar da população e pode ter explicado o voto nas eleições -
afirma Saboia, em referência à votação expressiva da presidente Dilma Rousseff
na região.
A Pnad Contínua também mostrou um
retrato do mercado de trabalho mais favorável do que a pesquisa metropolitana
de emprego. O economista da Tendências Consultoria Rafael Bacciotti chama a
atenção para o fato de, na Pnad Contínua, o desemprego estar caindo com geração
de vagas. A ocupação subiu 1,7% no segundo trimestre deste ano na comparação
com o mesmo período do ano passado. Na PME, que retrata as metrópoles, o
desemprego tem caído porque menos gente está buscando emprego.
Na Pnad, as pessoas que estão
procurando emprego estão achando. Isso ocorre de maneira geral, mas no Sudeste
vemos um movimento mais alinhado com a PME, com a geração de apenas 0,2% de
vagas e uma ligeira saída de pessoas do mercado de trabalho - afirma Bacciotti.
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